quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Deus(es)

Ninguém carrega o peso da terra nas costas. Homem ou animal. Sei isto porque me seguro sozinho no espaço.
Sou um vulcão.
Nascentes caem-me dos olhos, a barba cresce como da terra brotam árvores. Grito tempestades e aplaudo terramotos.
Engulo noites.
Sinto muito levemente na ponta dos dedos a flora que me esconde as pernas e o areal nos meus pés. Perco-me dos sentidos nesta parte da minha natureza.
Sou deus por inteiro.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Tinta seca

Por rotas mais alegres me perco, tão vazio de minha dor. Embora viaje por outros meios, é no recôndito das minhas sombras que me encontro, eterno saudoso que apenas assim sabe viver.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Onde me deixei

Pé ante pé, um fragmento no chão.
Distraído, selvaticamente, com devaneios e caprichos cuspidos das presas da besta que não me larga os pés.
Onde me deixei, creio que não sei. Perguntei-lhe, mas sou-lhe insuficiente.