terça-feira, 7 de abril de 2015

* sem título

Sou uma ruína que em tempos sonhou ser livre dos seus próprios escombros. Um sol sem poente descrito num livro sem tinta, deixado ao acaso para que a chuva o destoe nas águas de abril. Sou um pequeno pássaro cujo ninho feito de lama, pedras e paus que pelo caminho encontrei me aconchega desconfortavelmente. Sou uma pauta composta por instrumentos cuja desarmonia ecoa em ritmos intermináveis nas paredes ocas do meu sentir indulgente.

sábado, 4 de abril de 2015

Dialéctica do nosso corpo

E se o amor for para tolos, serei um tolo eterno, procurando a perfeição onde ela jamais existiu se não no encontro dos nossos corpos, na cumplicidade dos nossos lábios, nos segundos dos nossos toques.
Este amor de que te falo não se escreve no litoral do teu corpo, mas na sinfonia da nossa existência e na volúpia das horas mortas de uma dialéctica insurgente dos nossos desejos mais íntimos.