segunda-feira, 28 de março de 2016

Na ponta dos dedos

A minha vida feita de muitas rimas que não me cabem no poema, translúcidas na pele que me protege estes ossos quebrados.
Poderei escrever o que resta nas palmas das mãos e dos pés, esperando que assim me levem a casa. Onde as estrelas que traçam o picotado da tua silhueta iluminam as noites do inverno.
Aos círculos andamos, pelas nascentes que rompem as montanhas e que preenchem o espaço entre nós, entre as nuvens que repousam harmoniosamente nos seus cumes.

terça-feira, 1 de março de 2016

As mais que muitas facetas do amor

Por vezes o amor faz-nos egoístas. Atira trocados aos demónios que mendigam à nossa sombra. Como um ventríloquo que se crê Deus narcísico de uma religião que nos cospe nos olhos.

O amor é como todos os dias do ano. Sempre o mesmo. Sempre diferente. Com todas as suas mais que muitas facetas.
Nem sempre imperfeito, se bem que nunca perfeito. Sobrevive num estado líquido. Transformando-se, moldando-se. Num estado que circula em ecos. De acordo com a lei divina que nos impera.

Ou por sermos egoístas, assim vai passando.
Por demasiadas vezes vivemos em estado líquido. Porque amamos com amarras.