Brincadeiras no chão no meu quarto, soldados de madeira que partem para a guerra. Um dragão cospe fogo ao pés da minha cama e os fantasmas escondem-se no armário.
Pela janela entram furacões e tornados que agitam mares tempestuosos, pondo assim à prova a coragem do capitão e da sua tripulação. Uns remam pela vida, outros rezam pelo sol do próximo dia. E com um valente sopro, os fantasmas as nuvens afastam.
Desfile de marionetas frente ao espelho como último acto. Aplausos ruidosos aclamam o final do carnaval e as marionetas recebem-nos com uma pequena vénia. É altura de baixar o pano.
Os brinquedos cochicham entre si no escuro, trauteando canções aos ouvidos até adormecerem de cansaço.
Banhados pela luz da madrugada, os fantasmas retomam o seu lugar no meu armário, contando impacientemente os instantes para brincarmos mais uma vez.
Da ombreira da porta digo adeus aos fantasmas do meu quarto.
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