Outrora, num reino muito distante, a léguas daqui viva um humilde povo, governado por um humilde rei. Reino onde eram desconhecidas palavras tais como tirania, corrupção, injustiça. Era um lugar privilegiado, onde não existiam nuvens, onde o Sol ria e mostrava todo o seu brilho e esplendor, lá bem alto no céu.
E as pessoas viviam felizes. Felizes por terem uma vida tão gratificante, sem violência. Pode-se dizer que viviam na ignorância, pois todos os habitantes daquele lugar santo nunca tinham sentido o toque do mal, a escuridão que governava em muitos outros sítios do planeta.
Onde o Sol brilhava, os pássaros cantavam, onde existiam as mais belas paisagens naturais, onde as pessoas conviviam entre elas sem problemas nem preocupações. Onde reinava o rei mais bondoso de toda a História.
Tudo era pintado de cor-de-rosa, dentro das muralhas até ao dia em que o olhar dos camponeses, nobres (e por aí a diante) que radiavam felicidade, amor fora trocado por um olhar vazio... triste. Vivendo dentro de uma bolha impenetrável de "boa vida" a 24 horas por dia, aquelas pessoas sentiram pela primeira vez, o sabor amargo do outro lado da vida no qual encontraram sentimentos que nunca tinham sentido: tristeza, ódio, medo, incerteza, ganância, cólera, mágoa, rancor.
No dia em que se perdeu a Luz.
O Sol, que, com os seus raios luminosos traziam vida àquele reino, foi raptado por uma entidade negra que, num acto de pura maldade, roubou aos habitantes daquele reino aquilo a que eles mais tinham apego e adoração.
Chegou uma nova fase, uma nova era marcada pelo medo do que se seguiria e a incerteza de que passo dar a seguir, se algum dia voltariam a ver o sol.
Um desespero de tal ordem, uma tristeza tão profunda, quase indescritível. O que iriam fazer agora? Sem saberem para onde se virar, sentiam-se perdidos.
Então, chegou um dia em que finalmente o Sol retornou. Não podiam acreditar no que os seus olhos viam! A escuridão tinha sido varrida pelo esplendor brilho e calor do astro. A esperança perdida tinha regressado, caminhos desorientados foram encontrados. A felicidade voltou a perdurar nas suas almas.
Então eles abriram os olhos... é impossível viver numa Utopia, num Mundo perfeito, neutro. Sem o Bem... sem o Mal.
Estes dois andam sempre de mãos dadas. Pois, sempre que alguém está contente, outra pessoa está triste. E não pensem que o infortúnio cai exclusivamente nos ombros dos outros, porque a verdade nua e crua, é que a vossa vida pode cambalear num estalar de dedos.
A chave reside em nós próprios, na Esperança que devemos manter viva, acreditar que dias melhores virão.
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